A primeira coisa que as pessoas dizem quando escutam falar de Bonsai, é que se trata de coisa de japonês. A pronuncia também é aquela coisa: uns dizem banzai, bonzai e por ai vai....O correto é utilizar a pronuncia como se a palavra fosse escrita com dois “S”. Como Bonsai vem de um ideograma chinês, os bonsaístas não utilizam o plural, ou seja, eu tenho um Bonsai, dois Bonsai, mil Bonsai...
O significado de Bonsai é árvore em bandeja, ou árvore plantada e cultivada em vaso, preferencialmente raso (daí bandeja) (embora existam estilos que não utilizem vaso raso)
Outra impressão comum das pessoas, ao observar um bonsai, é de que o mesmo sofre com as técnicas utilizadas, seja através da utilização de arames, vaso pequeno, podas, ou pela dramaticidade da modelagem empregada. O Bonsai não sofre. Tratando-se do reino vegetal, não podemos encaixar na mesma categoria do reino animal, onde obviamente qualquer restrição na vida causaria mal estar ao ser
em questão. As plantas são seres vivos, porém, não pensam, não têm mais do que a vida orgânica. Podem ser afetadas por ações sobre a matéria ou sobre o meio ambiente, mas não têm percepções, por conseguinte, não têm a sensação de dor. Como não pensam, não podem ter vontade, e não têm consciência de si mesma, nada mais possuem que um instinto natural e cego.
Todo agricultor ou fruticultor sabe que uma boa poda, irá gerar nova e intensa brotação e conseqüentemente, mais ou melhores frutos. Apenas como exemplo, esta mesma técnica será utilizada no Bonsai, ou seja, trará benefício e não sofrimento para a planta. Além do mais, o bonsaísta tem apego à planta e sempre procura tratá-la da melhor forma possível, seja utilizando os melhores insumos, seja combatendo pragas etc.
Não se pode afirmar com precisão quando surgiu o Bonsai, muitas literaturas citam algumas datas específicas baseadas em descobertas arqueológicas, em torno 200 dC, mas o que se pode afirmar é que o Bonsai vem sendo desenvolvido com segurança há pelo menos, mais de mil anos.
Primeiramente na CHINA, chegando posteriormente ao Japão por volta de 1100 / 1300 dC, onde foi “aperfeiçoado” sendo rigidamente enquadrado em vários estilos, procurando seguir naturalmente as formas das árvores encontradas na natureza, porém, com proporções bem definidas para posicionamento dos galhos principais, relação entre altura x dimensão do vaso, classificação por tamanho, entre vários outros aspectos.
No ocidente chegou por volta do século XVIII e no Brasil por volta do século XIX.
Esta assim chamada “escola japonesa” é a linha na qual a maior parte dos bonsaístas acaba seguindo, uns com mais, outros com menos influencia. Existem diferenças e alguns autores classificam outros estilos nos diferentes países asiáticos, porém, o que importa é atingir como resultado final do trabalho, uma planta miniaturizada que represente uma árvore velha e robusta com todos os traços da ação do tempo, evitando ao máximo transparecer que a mesma foi gerada pela ação do homem.
Resumindo alguns dos objetivos estéticos principais apreciados no Bonsai:
Distribuição radial das raízes (nebari), tronco grosso com movimento e boa conicidade, galhos (1, 2 e 3) bem posicionados (sensação de profundidade), folhas de tamanho pequeno e patamares densos, boa combinação entre a planta e o vaso escolhido. Existem vários outros fatores, mas como forma resumida, listei apenas os itens acima.